A noite é de Carnaval. Não
jantaram juntos. Ele com os seus amigos e Ela com uma amiga.
Ele sempre se mascarou. A cidade
assim o exige. Deixou-se levar pela moda e pensou em vampirizar-se. Mas a
referência dele não eram os vampiros recentes, mas sim Lestat. A mítica
personagem que Tom Cruise encarnou na tela. A base branca para esconder a sua
pele morena. A camisa negra aberta no peito desafiando o ar frio da noite e as
calças pretas completavam o vestuário. O cabelo desalinhado e na boca dois caninos
salientes. Nada daquelas dentaduras completas, artificiais. Apenas dois caninos
que passavam bem como dentes seus. Perfeito!
Ela queria ter-se mascarado mas
não encontrou a máscara perfeita. Não quis perder a festa e vestiu uma roupa
normal de sair. Sem saber bem porquê, decidiu prender o cabelo. Um
rabo-de-cavalo que deixava o seu pescoço fino e comprido a descoberto.
É Ele quem primeiro a vê. Ao ver a pele dela,
sente um longo arrepio e sorri. Ela vê-o ao longe. Ri dos seus caninos e pisca-lhe
o olho. Uma multidão de mascarados interpõe-se entre eles. Só passados alguns
minutos Ela sente alguém que lhe toca no ombro. Vira-se e dá de caras com olhar
dele. Ele inclina-se para a frente, cheira-a e diz-lhe ao ouvido: “Vem
comigo!”. Como que magnetizada por uma força sobrenatural, segue-o sem hesitar.
O apartamento dele não dista mais de vinte metros. Entram no prédio e Ela sobe
os degraus para o elevador. Ele agarra-lhe o braço e puxa-a pela porta das
escadas. Encosta-a ao vão entre a parede e as escadas. Beijam-se uma primeira
vez. Ela consegue sentir os dentes dele com a língua. Isso excita-a. Um frémito
de medo e excitação. Ela inclina o pescoço e pergunta-lhe: “É isto que
queres?”. Julgava que não mostrando medo, assumiria o controlo. “Não”, responde
ele. “Não é aí que te vou morder!”. As mãos dele percorrem o corpo dela. Ao
chegar às calças, rapidamente lhe desaperta os botões e desce-as até aos pés.
Ela já não sabia se era excitação de ser mordida, medo de serem apanhados ou
até frio. Ele beija a parte da frente das coxas até ao joelho. Olha para cima e
diz: “A minha artéria favorita está aqui, no interior da coxa.”. E começa a
mordiscar o interior das coxas. Os gemidos dela começam a ser mais intensos.
Ele afasta-lhe as pernas e dá uma mordida mais forte. “Hummmm, mais…”, suplica
Ela. Num só movimento Ele vira-a ao contrário e morde-lhe gentilmente as
nádegas. Ela já tem as mãos na parede. Completamente vulnerável. Ele baixa-lhe
as cuecas pretas de fio dental e começa a fazer um sexo oral que a leva ao
delírio. Um jogo excitante que os deixa loucos. De repente, Ela vira-se.
Levanta-o e encosta-o à parede. “Agora sou eu. Não penses que só os vampiros
sabem chupar!”. E ali mesmo a sua boca o faz vir, depois de um sonoro gemido de
libertação. Abraçam-se os dois depois de um orgasmo partilhado.
“Agora
vamos dançar, porque ainda é cedo”, decreta Ela. “Sim porque sabes que os
vampiros têm de aproveitar a noite…”
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